Uma vez que se fala ser, já não se está sendo. Está se deixando de ser para se pensar sobre o ser. Eu já fui. Eu já pensei sobre o meu estar sendo. Pensar se torna um vício, assim como ler. Tente olhar para uma palavra sem ler. É assim que tenho estado – estado, e não sido. Olho para mim e já não consigo deixar de pensar que: sou. Quero o caminho inverso. Quero despensar. Quero uma ignorância doce e lúcida. A simplicidade por opção. Ser, pensar sobre o ser, pensar ser e então, somente então, a coisa pura que é: tão somente ser. Atravessar o complexo para chegar ao núcleo que interessa. O núcleo neutro de: ser.
divagação ao estilo de Alberto Caeiro... bem recorrente este tema. Alguns alteradores de consciência (além da vida em alguns momentos) nos deixam assim, principalmente quando o alterador quebra um pouco a relação espaço x tempo... uma delícia!
ResponderEliminaraté.
É verdade, Bruno. Eu adoro Caeiro, é a Pessoa que mais gosto. ;)
ResponderEliminarAlguns alteradores de consciência, além de quebrar a relação espaço x tempo, quebram também a nossa relação eu x eu-mesmo. E aí a identidade, que é volátil, fica meio que perdida, resta só a essência... o que pode causar uma puta onda errada, ou uma puta de uma experiência. Vai da pessoa... né não?
Acredito que esses momentos variam de acordo com o estado de espírito, principalmente. Sendo cada ente, vários, com a percepção alterada/elevada notamos com maior clareza essa "troca" de identidade... talvez não posso chamar essa identidade vindoura de essência e sim de uma face tua que está evidente. Tomara que eu não tenho sido confuso demais :)
ResponderEliminarPor falar em Caeiro, me identifico muito com sua proposta... apesar de não conhecer tão bem os outros heteronimos.
beijo, até!
ah.. acho formidável essa facilidade que tu mostra em brincar com as palavras, pontinha de inveja!
neutro pq talvez não seja núcleo. neutro pq produz infinidades. e a gente não sabe de onde nem pra onde. neutro.
ResponderEliminarlindo!