terça-feira, 18 de maio de 2010

Da liberdade incompreendida.

A - É disso que eu estou falando.
B - De quê?
A - De liberdade.
B - Ã?
A - LIBERDADE.
B - Mas, o quê?
A - Liberdade, porra, liberdade!
B - Puta que o pariu, do que é que você tá falando?
A - Eu não sei o que é que há de errado com a liberdade. Tudo o que eu queria era um pouco de liberdade, porque gosto das coisas mais espontâneas e naturais. Não me sinto bem coagindo, influenciando, forçando uma situação, manipulando as circunstâncias. Quando eu ofereço a você a sua própria liberdade, também é um pouco por egoísmo.
B - É, você é egoísta mesmo. Mas explique.
A - Porque é de meu interesse. É uma satisfação saber que foi a sua liberdade que te trouxe até mim neste momento, por exemplo. E não porque você acha que eu preciso de você ao meu lado agora. Esta sua liberdade ao lado da minha é que me satisfaz. Por que você tem asas e não quer voar? Quero te mostrar as suas asas. Asas não são insultos. São feitas para voar. Suas asas não me ferem. Quero que você seja livre, que voe. Tão alto que seja capaz de ver tudo, tudo de lá de cima. Não entende? Quero que você se tenha. Para que possamos não ter um ao outro, e sim a companhia um do outro.
B - E tudo o que eu queria era que você se importasse mais. Você não me compreende?
A - Mas será que você não enxerga que é essa a minha melhor maneira de me entregar a você? Eu não sei ser de outro jeito. Eu sou assim. Essa é minha maior oferenda. Não te peço nada. Pedir é amar?
B - Você não me ama.
A - Você não se ama.
B - Você é insensível.
A - Você é melodramática.
B - Eu te odeio!
A - E você ainda fala que sou eu quem não te ama. 

4 comentários:

  1. Gostei! E adorei os poemas tbm! Parabéns pelo blog!

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  2. liberdade é ter opção, não é escolher, de que adianta ter liberdade se não rola opção de escolha (reduntante).

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  3. Melhor impossivel. Curti muito, parabens!

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