sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Fortaleza

Sinto às vezes, e tão agudamente que até preferiria não ter sentido, que a solidão é uma espécie de fortaleza. Não gosto de sentir desse modo, pois é a confirmação de que perdi a fé na humanidade. Mas é que precisar dos outros é tão dolorido que não quero precisar nunca (mais) de ninguém. Gostaria apenas de ser grandiosamente grata quando por acaso eu precisasse e por acaso me fosse ofertado aquilo de que eu tanto preciso.

Mas o comum é eu pedir e não ser me dado. Porque também, eu não peço com palavras, o que dificulta tudo para mim e para quem gostaria de me ajudar. Sou exigente demais. Peço uma compreensão que é difícil de ser dada. Como a criança que ainda não aprendeu a falar, quero ser compreendida. Mas, crescida que sou, não quero mais chorar. Porque se eu pedir com palavras e aquilo que eu preciso não me for dado, aí é que vou ficar triste. E já que sou só e tenho a consciência da solidão, que eu faça dela a minha fortaleza. Eu, forte e grande dentro de mim mesma. Com dores que não incomodam mais ninguém.

PS: não, isto não é triste. Pelo menos não deveria ser.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

equação

o amor é uma incógnita
quem o contrário diz
ainda não compreendeu
o valor de x

[e quem não diz nada
talvez compreenda tudo
porque o nada é infinito
mesmo que esteja mudo]