sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Fortaleza

Sinto às vezes, e tão agudamente que até preferiria não ter sentido, que a solidão é uma espécie de fortaleza. Não gosto de sentir desse modo, pois é a confirmação de que perdi a fé na humanidade. Mas é que precisar dos outros é tão dolorido que não quero precisar nunca (mais) de ninguém. Gostaria apenas de ser grandiosamente grata quando por acaso eu precisasse e por acaso me fosse ofertado aquilo de que eu tanto preciso.

Mas o comum é eu pedir e não ser me dado. Porque também, eu não peço com palavras, o que dificulta tudo para mim e para quem gostaria de me ajudar. Sou exigente demais. Peço uma compreensão que é difícil de ser dada. Como a criança que ainda não aprendeu a falar, quero ser compreendida. Mas, crescida que sou, não quero mais chorar. Porque se eu pedir com palavras e aquilo que eu preciso não me for dado, aí é que vou ficar triste. E já que sou só e tenho a consciência da solidão, que eu faça dela a minha fortaleza. Eu, forte e grande dentro de mim mesma. Com dores que não incomodam mais ninguém.

PS: não, isto não é triste. Pelo menos não deveria ser.

3 comentários:

  1. A descoberta de nos mesmos nos deixa alegres, mesmo sobre nossas fragilidades!

    Muito bom! Adorei em todos os sentidos! hehe

    Bejo!

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  2. É de saber que nem sempre adianta pedir - com ou sem palavras. É de compreender, aliás, que mesmo que tentássemos usar as palavras, há pedidos que são impossíveis - impalavráveis!

    Saudades, linda!

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  3. Talvez não seja bom nas palavras como você.
    Talvez a questão não seja acreditar na humanidade.
    Talvez seja você, acredite em você.
    Você é que vive em um mundo onde leão devora cordeiro.
    Por mais que você erre isso não quer dizer que você falhou consigo mesma.
    Mas deu oportunidade para a humanidade que tem dentro de você.

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