quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

ponto zero

desisto
o amor não existe
eu existo

existo e não amo
nem fui amada

o que sinto
não importa tanto

insisto

o amor
não merece
meu pranto

nem meu canto

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

suficiência

para as loucas
a solidão é
nefasta

mas ela
aprende
um dia

[para sempre]

que o carinho
de poucas
já basta

salto

a teia
que teço

com minhas
patas peludas

enquanto
pareço muda

esconde
o veneno
afiado

de um silêncio
milenar
guardado

não se iluda:

basta um salto
e tudo muda

aracnídea

a ilusão
de estar parada
num mundo
de pressas
me perturba

mas já não
me comove

aos 29
tenho a sorte
de saber
o que me move

não é a morte
pro azar de quem
me odeia

é a teia

domingo, 1 de fevereiro de 2015

isolamento ensimesmado

não
[h]á
braços

dados
lançados

os laços
são frágeis
ou falsos

há gritos
pra todos
os lados

mas

ninguém
ouve
o que
houve

:os ouvidos
estão
tapados