Adeus, Sophia. Teu nome me enoja: enjoa, enjoy the end. Você foi traída por sua própria identidade. Teu nome é que te traiu. Você não é sua. Está na boca do povo: eles usam teu nome em vão. Você é Sophia de todo mundo. Você não tem mais nome. Você é: você. Como gritar ao mundo que este nome é teu, só teu, e de mais ninguém? Como não se machucar por ver seu nome sendo dito sem a intenção de te chamar? Por que não disseram Mariana, Alessandra, por que usaram um nome que era o teu? Agora chora, menina sem nome. Chora machucada. Porque a única coisa imutável e definida em você já não te resta mais. Sophia. Sentirá saudades do teu antigo nome? Deixando de ser Sophia, deixará de ser você? Não mais será Sophia. Não, quero corrigir-me: já não é mais Sophia. Não ter um nome seria mais seguro: assim ninguém roubaria de ti seu silencioso nome por não sabê-lo.
Mas alguém possui um nome? Alguém é possuído por um nome? Quem é que tem um nome na vida? O nome é um destino? Por que não pode mais ser Sophia? Porque dói o ciúme de ver teu próprio nome servindo de beijo entre eles. Já não posso dizer mais que isso, não me é permitido dizer mais. Menina sem nome, que buscava antes o dentro de si porque já tinha algo definido ao qual se apoiar, pois que era em Sophia que se apoiava, ah, menina sem nome, agora não basta mais buscar o de dentro, terá que buscar o de fora, a casca, a tua conexão com o mundo: um nome. Sem pai, sem mãe, sem nome, sem nada. Com que forma se moverá dentro do Tempo e do Espaço? Põe o relógio no pulso do peito, desnomeada, desnorteada. Que talvez o infinito já tenha alcançado o neutro da inexpressividade. E já não caiba mais em você.
Achei o seu texto muito incrível!
ResponderEliminarConfesso que fiquei confusa, mas eu acho que a graça está na confusão! Coisas lineares são tão óbvias..
Sempre que escrevo meus textos fico pensando o quanto eles ficaram distantes do que eu senti no momento, quero dizer, porque essa é uma ferramenta que eu uso, fico mascarando o que eu sinto em textos. E eu gosto disso, ainda mais quando eu deixo pistas, é como se fosse uma piada interna haha.
E quando eu estava lendo esse texto seu, o engraçado foi que eu fiquei pensando no que você sentiu para escrever isso. E ao mesmo tempo que é uma invasão de privacidade, é querer conhecer mais o autor.. Achei isso engraçado e quis te falar!
E parabéns, gostei bastante!
Só espero que a Sophia entenda que não é o nome que classifica ela, e sim ela que classifica o próprio nome!
Muitos beijos
Caraca querida Lingua... parece q vc andou sob estress emocional mto forte ocasionado por uma traição... ou um novo amor de um antigo amor... se é q vc me entende.
ResponderEliminarNo começo deixa dúvidas sobre quem é a Sophia, se é você ou se é uma terceira que ficou falada por algo ruim que fez (joga pedra na Geni). Mas depois, com a cena da Sophia sendo pronunciada entre beijos me traz a imagem do ódio de um novo amor de alguém que quem você se distanciou, porém não se desligou...
Desculpe, não sei o quanto é pessoal o texto. Se for, pode excluir o comentário, pq não sei o tanto q estou sendo grosseiro de tentar especular isso aqui. Ainda assim muito bonito, completamente carregado emocionalmente!
Beijo!
Ah, Sophia. Isso se chama solidão. Isso se chama liberdade. Isso se chama. Isso não tem nome, Sophia. Isso não é você. Isso.
ResponderEliminar(algum pedacinho nesse texto me doeu fundo na solidão sem nome que existe aqui!)
Existencialista.
ResponderEliminarCaber no mundo talvez não caiba.
Nós temos línguas semelhantes. Gosto do que escreve, combina-me.
Parabéns pelos escritos.
Vamos trocando leituras.
Beijos, Rafa.
Muito, muito bom o teu blog (este fim de semana tive a sorte de descobrir tanta gente boa aqui na net)!
ResponderEliminarTuas reflexões finais sobre nome e destino são brilhantes! Vou linká-la, assim posso acompanhar nomes e nomeações que tuas palavras engendram! :)
Beijos,