quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

ex-princesa

face a face
não existem mais
disfarces

máscaras dadaístas caem
deixando às vistas
rostos de carne e osso

o medo pulsando tenso
na veia do meu pescoço

por trás do véu de maya
sob os músculos e sangue
eu vou como carangueijo
cruzando o lodo do mangue

até chegar ao mar
sereia de Ulisses
cantando encantamento
sem perigo, essa tolice

eu canto porque preciso
eu grito pra mergulhar
não no lago de Narciso:
no espelho de Alice

atravesso sozinha
o meu próprio precipício
louvar o prepúcio do príncipe
não está nos meus princípios

Sem comentários:

Enviar um comentário

Que tal continuar o poema nos comentários? Co-criemos.